O frio catarinense que encostou aqui em SP a alguns dias nem faz menção de que irá embora, a madrugada passada fez menos de 4 graus, tornou-se comum aqui em SP uma série de campanhas para que não se dê esmolas nos vagões do metro, nos semáforos e tals..., a cidade está cheia de pessoas dormindo nas ruas, debaixo de marquises, debaixo dos viadutos que a prefeitura ainda não lacrou e por aí vai, inclusive tá rolando um novo projeto do atual prefeito de SP para criar áreas de comércio debaixo dos viadutos e assim ter mais um elemento barrando que impeça o acúmulo de "material humano" em baixo deles...
Hoje no metrô fui surpreendido por um toque em meu braço e uma mirrada mão estendida, era um quase menino, um quase filho, um quase alguém, o calção não era dele, a blusa estropiada era quase um vestido, os cabelos desgrenhados, sujo como eu e meus primos em nossa infância a disputar guerra de torrões nos montes de barro vermelho lá em Caxambu, mas o olhar não era como o nosso, era um olhar vazio e sempre buscando o chão, o tempo que esteve ali no vagão foi como quisesse esconder aquele olhar esquisito, um olhar sem identidade alguma e ele nem sequer estava a disputar uma guerra de torrões, sua guerra era outra...
Lá fora tá fazendo um frio do cão, muitos indigentes adultos mascaram a friaca enchendo mais do que já fazem normalmente o pandú de cachaça, mas e os meninos? se é impossível fugir ao olhar suplicante de uma criança, como fugir então de um olhar onde não há súplica? como não dar esmola? são tantas as minhas perguntas, só não sei por onde andam as respostas...
Bora dormir
Hoje no metrô fui surpreendido por um toque em meu braço e uma mirrada mão estendida, era um quase menino, um quase filho, um quase alguém, o calção não era dele, a blusa estropiada era quase um vestido, os cabelos desgrenhados, sujo como eu e meus primos em nossa infância a disputar guerra de torrões nos montes de barro vermelho lá em Caxambu, mas o olhar não era como o nosso, era um olhar vazio e sempre buscando o chão, o tempo que esteve ali no vagão foi como quisesse esconder aquele olhar esquisito, um olhar sem identidade alguma e ele nem sequer estava a disputar uma guerra de torrões, sua guerra era outra...
Lá fora tá fazendo um frio do cão, muitos indigentes adultos mascaram a friaca enchendo mais do que já fazem normalmente o pandú de cachaça, mas e os meninos? se é impossível fugir ao olhar suplicante de uma criança, como fugir então de um olhar onde não há súplica? como não dar esmola? são tantas as minhas perguntas, só não sei por onde andam as respostas...
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